“É bom que temos um ao
outro – disse ele. – É tipo, sabe, mesmo que o mundo inteiro odeie você, ainda
tem alguém com quem contar. Só nós dois contra o mundo todo. Só nós.”
– Nick Levil.
“A lista negra”, escrito por Jennifer Brown e publicado no
Brasil pela editora Gutemberg, traz como tema um assunto atual, polêmico e
sério, entretanto, ainda um pouco ignorado ou evitado por muitos: o bullyng.
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Jennifer Brown |
É muito comum lermos livros com os finais felizes, onde tudo
termina bem. Mas o que pensar quando o final feliz não acontece? O que pensar
quando “inofensivas brincadeiras” escolares acabam se transformando em algo
muito mais serio e inesperado?
“E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso acontecesse?
E se o assassino fosse alguém que você ama?” (sinopse do livro).
Valerie Leftman e seu namorado, Nick Levil, são vítimas do bullyng na escola onde estudam, o
Colégio Garvin. Entretanto, assim como a maioria das vítimas desse problema,
não contam a ninguém tudo o que sofrem e mantém a angústia da exclusão dentro
de si. Os dois, todavia, compartilham um caderno denominado por eles de “lista
negra”, onde escrevem o nome de todos os seus agressores.
Para Valerie, a Lista Negra é apenas uma forma de extravasar
sua raiva. Para Nick, é algo muito mais sério.
Um dia, Nick entra na escola armado, sem que Valerie saiba.
Possesso e dominado pelo ódio, Nick atira em algumas das pessoas das quais os
nomes se encontravam na lista. Valerie, sem entender nada, tenta impedir o
namorado e, depois de salvar uma das meninas a quem mais odeia, acaba levando
um tiro na perna e Nick termina por atirar em si mesmo.
Valerie sobreviveu ao atentado, mas agora precisa aprender a
lidar com a desconfiança, pois muitos, inclusive seu pai, acreditam que ela é
também culpada, por ter sido a idealizadora da lista.

Mas sabe qual é o melhor do livro? Ele não é tendencioso de
modo que nos dá uma lição de moral sobre o bullyng,
mas sim, nos faz construir e amadurecer nossas próprias opiniões sobre o
assunto. A cada virada de página ele nos faz refletir e nos instiga a pensar se
Valerie é ou não culpada.
“Um é o meu número favorito – sorriu Bea. – Em inglês, a
palvra “um” tem o mesmo som do passado de “vencer” e podemos todos dizer no
final do dia que vencemos de novo, não podemos? Em alguns dias, chegar ao fim
do dia é uma grande vitória.”.
– Bea.
Com uma prosa maravilhosa e uma escrita bem construída, o
livro nos faz entrar no universo de Valerie, por sua própria perspectiva, e
viver um pouco de sua angústia.
A historia, apesar de triste (preciso ser sincero!), é encantadora
e linda de uma forma avassaladora! Sou apaixonado por “A lista negra”.
“O tempo nunca acaba – sussurrou, sem olhar pra mim, mas sem
tirar os olhos da minha tela. – Como sempre a tempo para a dor, também há
sempre tempo para a cura. É claro que há.”
– Bea.
Para os que se interessaram pelo livro, aqui vão os links com os melhores preços:
Essa resenha foi escrita por um grande amigo nosso, escritor dos livros infantis: A Coroa do Pequeno Imperador e Voe com Responsabilidade, João Victor Leite Azevedo Regis.
~M.C.
Esse livro é simplesmente fantástico. Me identifiquei muito com algumas coisas que acontecem no livro e isso me fez ter uma ligação muito forte com Valerie e sua história. Adorei a resenha, passa exatamente o sentimento que a leitura carrega.^^
ResponderExcluirhttp://cafecomaromadelivros.blogspot.com.br/2014/01/resenha-lista-negra.html