domingo, 16 de março de 2014

Resenha do livro: A Lista Negra, por Jennifer Brown

“É bom que temos um ao outro – disse ele. – É tipo, sabe, mesmo que o mundo inteiro odeie você, ainda tem alguém com quem contar. Só nós dois contra o mundo todo. Só nós.”
– Nick Levil.
“A lista negra”, escrito por Jennifer Brown e publicado no Brasil pela editora Gutemberg, traz como tema um assunto atual, polêmico e sério, entretanto, ainda um pouco ignorado ou evitado por muitos: o bullyng.
Jennifer Brown
É muito comum lermos livros com os finais felizes, onde tudo termina bem. Mas o que pensar quando o final feliz não acontece? O que pensar quando “inofensivas brincadeiras” escolares acabam se transformando em algo muito mais serio e inesperado?
“E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso acontecesse? E se o assassino fosse alguém que você ama?” (sinopse do livro).

Valerie Leftman e seu namorado, Nick Levil, são vítimas do bullyng na escola onde estudam, o Colégio Garvin. Entretanto, assim como a maioria das vítimas desse problema, não contam a ninguém tudo o que sofrem e mantém a angústia da exclusão dentro de si. Os dois, todavia, compartilham um caderno denominado por eles de “lista negra”, onde escrevem o nome de todos os seus agressores.
Para Valerie, a Lista Negra é apenas uma forma de extravasar sua raiva. Para Nick, é algo muito mais sério.
Um dia, Nick entra na escola armado, sem que Valerie saiba. Possesso e dominado pelo ódio, Nick atira em algumas das pessoas das quais os nomes se encontravam na lista. Valerie, sem entender nada, tenta impedir o namorado e, depois de salvar uma das meninas a quem mais odeia, acaba levando um tiro na perna e Nick termina por atirar em si mesmo.
Valerie sobreviveu ao atentado, mas agora precisa aprender a lidar com a desconfiança, pois muitos, inclusive seu pai, acreditam que ela é também culpada, por ter sido a idealizadora da lista.
Depois de passar o verão reclusa, se recuperando, Valerie é obrigada a enfrentar a dura realidade ao voltar para a escola para terminar o ensino médio. De todo, a garota conta apenas com a ajuda da mãe, do irmão, da garota que salvou, de um psiquiatra gentil e de uma pintora doce, que possui o dom de nos fazer ficar bem.
Mas sabe qual é o melhor do livro? Ele não é tendencioso de modo que nos dá uma lição de moral sobre o bullyng, mas sim, nos faz construir e amadurecer nossas próprias opiniões sobre o assunto. A cada virada de página ele nos faz refletir e nos instiga a pensar se Valerie é ou não culpada.
“Um é o meu número favorito – sorriu Bea. – Em inglês, a palvra “um” tem o mesmo som do passado de “vencer” e podemos todos dizer no final do dia que vencemos de novo, não podemos? Em alguns dias, chegar ao fim do dia é uma grande vitória.”.
– Bea.
Com uma prosa maravilhosa e uma escrita bem construída, o livro nos faz entrar no universo de Valerie, por sua própria perspectiva, e viver um pouco de sua angústia.
A historia, apesar de triste (preciso ser sincero!), é encantadora e linda de uma forma avassaladora! Sou apaixonado por “A lista negra”.
“O tempo nunca acaba – sussurrou, sem olhar pra mim, mas sem tirar os olhos da minha tela. – Como sempre a tempo para a dor, também há sempre tempo para a cura. É claro que há.”

– Bea.

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Essa resenha foi escrita por um grande amigo nosso, escritor dos livros infantis: A Coroa do Pequeno Imperador e Voe com Responsabilidade, João Victor Leite Azevedo Regis.

~M.C.










Um comentário:

  1. Esse livro é simplesmente fantástico. Me identifiquei muito com algumas coisas que acontecem no livro e isso me fez ter uma ligação muito forte com Valerie e sua história. Adorei a resenha, passa exatamente o sentimento que a leitura carrega.^^
    http://cafecomaromadelivros.blogspot.com.br/2014/01/resenha-lista-negra.html

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